Polo Naval
Primeiro desmantelamento sustentável da Petrobras será em Rio Grande
Desmanche da P-32 gerou comemoração no Município, com expectativa de geração de até 200 empregos diretos no estaleiro da Ecovix
- Esperança é que o fato seja um passo à retomada da plena atividade do polo naval
O grupo Gerdau adquiriu, via leilão da Petrobras, a plataforma P-32, que será desmontada. Os trabalhos serão executados pelo estaleiro da Ecovix, em Rio Grande. A expectativa é de geração de pelo menos 200 empregos diretos no Município. Além disso, há a esperança de que, com a volta da movimentação e das relações com a empresa estatal, esse tenha sido mais um passo rumo à retomada da plena atividade do polo naval. Essa unidade, que atuava na Bacia de Campos, será a primeira do novo modelo de destinação sustentável da estatal.
Via assessoria, a Petrobras informou que a aplicação desse processo pioneiro no Brasil une necessidades da empresa a oportunidades decorrentes das atividades. "As unidades precisam ser descomissionadas e nós precisamos dar uma destinação responsável aos resíduos. Como o Brasil é importador desse tipo de material metálico, identificamos como uma boa oportunidade para o mercado, ao mesmo tempo em que conseguimos promover uma destinação verde para plataformas desativadas e gerar empregos diretos e indiretos dentro desse processo", diz o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Carlos Travassos. O Grupo Gerdau, após quitar a aquisição, deverá apresentar um plano de reciclagem da plataforma, incluindo todas as etapas, do recebimento da unidade até a destinação final dos resíduos.
Novidade celebrada no Município
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Sadi Machado, diz que é com alegria que recebe a novidade. "A gente sempre acreditou no setor naval. Sempre lutou e hoje está vendo a retomada do setor." Sem projetar quantas vagas serão geradas, ele diz que, como o descomissionamento é específico, necessitando de profissionais como maçariqueiro e caldeireiro, muitos empregos serão gerados. "E é renda. Mais uma vez a região sul vai entrar no mapa", celebra.
CEO do grupo Ecovix, que fará os trabalhos de desmanche da P-32, Robson Passos diz que a expectativa é gerar 200 empregos. "É um marco muito importante, porque de novo a gente volta a atender a Petrobras em negócio, a ter a Petrobras dentro do estaleiro realizando negócios depois de toda a crise do setor naval", comemora. Ele diz que, por ser o primeiro desmantelamento verde realizado no País, a expectativa é que novos negócios venham, já que há cerca de 25 outras plataformas que passarão pelo mesmo processo. Atualmente, o estaleiro está fazendo o reparo em um navio sonda, com entre 450 e 500 trabalhadores atuando diretamente. A expectativa é prospectar outros negócios, segundo o empresário.
O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira, Alexandre Lindenmeyer (PT), diz que desde o início deste ano a Petrobras tem como política fazer o desmantelamento de equipamentos no Brasil para gerar empregos e garantir que a questão ambiental seja respeitada. Ele diz que os trabalhos devem durar 12 meses. "Tem uma carteira de negócios da Petrobras nessa parte de desmantelamento que é na casa de R$ 6 bilhões para investimento", adianta, lembrando que novas licitações podem ser procuradas. No entanto, ressalta que a expectativa é que Rio Grande também volte a construir navios.
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